sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Inovação tecnológica impulsiona inovação pedagógica, diz professora da PUC-SP

Ana Okada
São Paulo

"A inovação tecnológica não traz, sozinha, a mudança; ela impulsiona a inovação pedagógica", diz Maria Elizabeth Almeida, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), sobre o programa UCA (Projeto Um Computador por Aluno), do governo federal. A professora, que ajudou a implantar o piloto da ação no país, diz que as inovações tecnológicas, tais como os computadores do projeto, são apenas ferramentas para que haja a inovação pedagógica", diz.

Segundo Elizabeth, que participou do 3º encontro sobre laptops na educação, em São Paulo, não há resistência por parte dos professores para a aplicação do projeto, mas a alta rotatividade dos docentes temporários das redes públicas e a rigidez dos currículos podem limitar o uso de micros em sala. "É difícil transformar a mobilidade tecnológica em mobilidade pedagógica, porque os currículos têem margem de abertura pequena. O computador provoca a abertura disso, e isso provoca o repensar sobre o que é o currículo", diz.

Durante o encontro, foi reforçada a ideia de que o docente não deve somente repassar conhecimento, mas deve ser um "facilitador", ou seja, ele também deve atender às demandas das crianças e pode, inclusive, aprender com elas.

Sala de computação x computador

A professora explica que a principal diferença entre uma sala de computação e programas que dão um computador aos alunos é que, no primeiro, não ocorre a imersão do estudante: "Não se faz mudança ou imersão indo [na sala de computação] de vez em quando. Os alunos já chegam na escola com a linguagem digital, mas o uso na sala de aula é mais intenso", diz.

"Isso não significa que seja uma digitalização da educação. O uso do computador deve ser feito quando ele traz contribuições efetivas; mas ele tem que estar à mão para que isso aconteça."

Burocracia na implantação

Ela concorda que a burocracia torna o processo de aquisição dos micros mais lento, e destaca que, além do tempo da compra, há também o tempo da implantação: segundo a docente, isso varia de acordo com o nível de inclusão digital dos professores. Outra questão que Elizabeth ressalta é que, na implantação, é necessário que se crie oportunidades para que os docentes façam parte do projeto: "O que não pode ter é um treinamento; o desenvolvimento deve ser em conjunto", diz.

"É um projeto que nos desafia, mas se acreditarmos que a inserção do país na sociedade tecnológica passa pela inclusão digital, isso deve passar também pela escola", conclui.

Fonte: UOL Educação

Um comentário:

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